segunda-feira, 10 de março de 2014

Radios Online Comunidades - Forró

Forró e suas origens, história, dança, gêneros, cantores e bandas

Forró: dança popular nordestina, o que é?

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O forró é uma dança popular de origem nordestina. Esta dança é acompanhada de música, que possui o mesmo nome da dança.

A música de forró possui temática ligada aos aspectos culturais e cotidianos da região Nordeste do Brasil.

A música de forró é acompanhada dos seguintes instrumentos musicais: triângulo, sanfona e zabumba.

História do Forró
De acordo com pesquisadores, o forró surgiu no século XIX. Nesta época, como as pistas de dança eram de barro batido, era necessário molhá-las antes, para que a poeira não levantasse. As pessoas dançavam arrastando os pés para evitar que a poeira subisse.

Origem do nome
A origem do nome forró tem várias versões, porém a mais aceita é a do folclorista e pesquisador da cultura popular Luiz Câmara Cascudo. Segundo ele, a palavra forró deriva da abreviação de forrobodó, que significa arrasta-pé, confusão, farra.

Características
Uma das principais características do forró é o ato de arrastar os pés durante a dança. Esta é realizada por casais, que dançam com os corpos bem colados, transmitindo sensualidade.

Embora seja tipicamente nordestino, o forró espalhou-se pelo Brasil fazendo grande sucesso. Foram os migrantes nordestinos que espalharam o forró, principalmente nas décadas de 1960 e 1970.

Atualmente, existem vários gêneros de forró: forró eletrônico, forró tradicional, forró universitário e o forró pé de serra.

Principais cantores e bandas de forró: Alceu Valença, Beto Barbosa, Calcinha Preta, Chico Salles, Dominguinhos, Elba Ramalho, Frank Aguiar, Genival Lacerda, Jackson do Pandeiro, Limão com mel, Luiz Gonzaga, Mastruz com leite, Oswaldinho do Acordeon, Sivuca, Zé Ramalho, Toca do Vale, Wesley Safadão e Garota Safada.

O dia do Forró é comemorado em 13 de dezembro o Dia Nacional do Forró.

Rádios Online Comunidades - Forró
Forró é um ritmo e dança típicos da Região Nordeste do Brasil praticada nas festas juninas e outros eventos. Diante a imprecisão do termo, não existe consenso quanto a definição musical do forró como estilo musical, sendo geralmente associado o nome como uma generalização de vários ritmos musicais daquela região, como baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, que veio de Portugal. São tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro (tocador de acordeão, que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo. Também é chamado arrasta-pé, bate-chinela, fobó.

Além do forró tradicional, denominado pé-de-serra, existee outras variações, tais como o forró eletrônico, vertente estilizada e pós-modernizada do forró surgida no início da década de 90 que utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como a bateria, o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica; e o forró universitário, surgido na capital paulista no final da década de 90, que é uma especie de revitalização do forró tradicional, que eventualmente acrescenta contrabaixo e violão aos instrumentos tradicionais, sendo a principal caracteristica os três passos basicos, sendo um deles o "2 para lá 2 para cá", que veio da polca.

Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Mossoró e Juazeiro do Norte, onde estas sediam as maiores Festa de São João do país. Já nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife e Teresina é tradicional as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens.

Rádios Online Comunidades - Origem do nome
O termo "forró", segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara é uma variante do antigo galego-português forbodó, relacionando o termo a farbodão, do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação.

Na etimologia popular é frequente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa "for all" (para todos). Para essa versão foi construída uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos.

Gêneros musicais
O forró é dançado ao som de vários ritmos brasileiros tipicamente nordestinos, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco. Outros estilos de forró são: o forró universitário, uma revisitação do forró tradicional (conhecido como forró pé-de-serra) e o forró eletrônico ou "estilizado".

Rádios Online Comunidades - Estilos da dança
O forró é dançado em pares que executam diversas evoluções, diferentes para o forró nordestino e o forró universitário: o forró nordestino é executado com mais malícia e sensualidade, o que exige maior cumplicidade entre os parceiros. Os principais passos desse estilo são a levantada de perna e a testada (as testas do par se encontram), também conhecido pelo termo "Cretinagem".
O forró universitário possui mais evoluções. Os passos principais são: dobradiça - abertura lateral do par;
caminhada - passo do par para a frente ou para trás;
comemoração - passo de balançada, com a perna do cavalheiro entre a perna da dama; giro simples;
giro do cavalheiro;
oito - o cavalheiro e a dama ficam de costas e passam um pelo outro.

Modernização do forró
A partir de meados da década de 1980, com a saturação do forró tradicional conhecido como pé-de serra, surgiu no Ceará um novo meio de fazer forró, com a introdução de instrumentos eletrônicos tais como guitarra, bateria e baixo. Também as letras deixaram de ter como foco a seca e sofrimento dos nordestinos, e passaram a abordar conteúdos que atraíssem os jovens.

O precursor do movimento foi o ex-árbitro de futebol, produtor musical e empresário Emanuel Gurgel, responsável pelas bandas Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Alegria do Forró e Catuaba com Amendoim. O principal instrumento de divulgação do forró na década de 1990 foi a rádio Som Zoom Sat e a gravadora Som Zoom Estúdio pertencente a Gurgel. Tal pioneirismo teve críticas de transformar o forró num produto. Em entrevista à revista Época, declarou Gurgel: "Mudamos a filosofia do forró: Luiz Gonzaga só falava de fome, seca e Nordeste independente. Agora a linguagem é romântica, enfocada no cotidiano, nas raízes nordestinas, nas belezas naturais e no Nordeste menos sofrido, mais alegre e moderno".

sábado, 8 de março de 2014

Dia Internacional da mulher

08 Março, Feliz dia Internacional da Mulher!

Esta é minha homenagem para todas as mulheres lindas e poderosas do meu Blog!!!

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FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!!

A importância da música na vida

A importância da música em nossa vida

A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos. Se pararmos para pensar e lembrar com certeza em algum momento de nossa vida, uma música ficou marcada, fazendo nos se sentir felizes, tristes, zangados etc...

A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações. E já fazia parte da educação desde há muito tempo, pois na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia.

A linguagem musical faz a integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, que promove a interação e a comunicação social.

Por isso é uma das formas mais importantes da expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral. O conhecimento musical não deve ser mecanizado, como algo pronto e estipulado em nossa rotina e sim um conhecimento construído em diversos momentos e situações, pois a música está presente a todo momento na vida humana. A música deve ser pensada desde quando os bebês estão dentro do útero materno, nos primeiros anos de vida na aprendizagem e assim por diante. Ouvir uma música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mão etc..

São atividades que despertam interesse que estimulam e desenvolvem diversas habilidades nas crianças.

Através da música podemos produzir, apreciar e refletir.

A MÚSICA PODE DESENVOLVER: a expressão corporal, auditiva, visual e oral, diversos movimentos- organizados ou não, equilíbrio, autoestima, integração social, autoconhecimento, ritmo, afetivo, motor, imaginação, expressividade, comunicação, concentração, coordenação, atenção, memória, direção Etc...

A música é uma linguagem acessível para todos, sejam bebes, crianças, adolescentes, adultos, idosos e inclusive para os que apresentam necessidades especiais, comportamentais, de aprendizagem, entre outros. Podemos cantar melodias curtas, cantigas de ninar, parlendas, fazer brincadeiras cantadas, rimas, pois desde muito cedo despertam o fascínio no ser que tenta imitar e responder criando momentos significativos, construindo um repertorio que inicia sua comunicação através dos sons.

A música pode estar em objetos e brinquedos sonoros ou apenas em ruídos dos ambientes, da natureza ou de exploração corporal de gestos sonoros, como bater palmas, pés, etc... A musica pode deixar as crianças atentas, tranquilas ou agitadas. O educador deve ter Imaginação, criatividade, comprometimento e improvisação Através da música podemos trabalhar; cores, frutas, nomes, números, alfabeto, higiene pessoal, direção de espaço, etc... Podem ser dvs, áudios, ou apenas cantada (televisão, rádio etc...) Contar historias através de livros e em certos momentos cantar musicas, emitir sons, etc...

Confeccionar instrumentos musicais com materiais recicláveis com latas de todos os tipos caixas de papelão, tubos, madeiras, garrafas etc Fazer oficinas com participação das crianças como colocar grãos, fazer decoração etc.. Cantar musicas com fantoches A expressão musical deve ser contínua e ir se ampliando incitando outras habilidades em seus sentidos como correr, pular, imitar, etc... As crianças devem ter relação explorando diversos materiais sonoros, pois assim eles podem descobrir possibilidades sonoras em qualquer tipo de material, como por exemplo: molho de chaves, panelas, latas, etc... Através do brincar (lúdico) resgate de brincadeiras como lencinho branco, adoleta, dança das cadeiras, pular corda etc...

As crianças devem conhecer diferentes gêneros musicais, ter contato com diversos instrumentos musicais, ouvir seus sons, tocar, etc... É um processo contínuo e integrado tanto que no referencial curricular é um dos eixos de conhecimento de mundo. Podemos incentivá-los a produzir diversos tipos de sons com chocalhos sinos, tambores, apitos etc..

Na educação infantil as músicas não devem ser muito longas pois podem deixar as crianças dispersas. No ensino fundamental pode ser usada em reescritas No ensino médio em interpretação, criação No estudo de línguas como cantar uma musica em inglês No ensino superior para fugir dos métodos tradicionais Etc...

Devemos trabalhar os sons fortes e fracos, curtos e longos, o silencio, a velocidade devagar e rápido Imitar os sons do cotidiano como carro, trem buzina, etc... A avaliação deve ser formativa e contínua feita através da observação e de registros.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Ouvindo RFM Itália Mediterrane

Ouvindo RFM Itália Mediterrane online

Estava me deslocando para a praia do Beach Park em Fortaleza, momento que peguei meu tablet pra tirar fotos da belíssima paisagem litorânea do Ceará e para quebrar o clima da viagem, fiz uma busca no google: Rádios Online rfm Itália mediterrane, fui ouvindo música italiana na rádio RFM Itália Mediterrane, essa rádio só toca grandes sucessos.

Pra quem não conhece, a praia do Beach Park fica localizada a 25 km de Fortaleza, é um complexo turístico que dispõe do maior parque aquático da América Latina. Tem como atrações o Insano, o mais alto toboágua do mundo com 41m de altura registrado no livro dos recordes, Guiness. O Beach Park é um ponto turístico para quem quer um dia de sol, sem abrir mão de um ambiente agradável e serviços de qualidade.

O Beach Park instalado em uma área de 180 000 metros quadrados, é um complexo que reúne parque aquático, dois resorts e um bar de praia que recebe até 3 000 pessoas por dia na alta temporada. É uma praia com uma imensa área ao ar livre e conta com uma completa estrutura para receber os visitantes à beira-mar, com serviços de alimentação e lazer e toda a comodidade e conforto, no melhor clima de praia do Ceará.

Além do mar e de um visual paradisíaco, o visitante encontra também o Restaurante Beach Park Praia, um amplo restaurante ao ar livre com o melhor da culinária regional, incluindo o caranguejo como especialidade. Shows de bandas locais na areia da praia ajudam a manter o clima único da praia do Beach Park.

Sentado na barraca frente para o mar, sob a sombra dos coqueiros, desfrutando da tranquilidade do mar, da culinária cearense e da música italiana que a Rádios Online proporciona para quem curte uma boa música.

História da música Gospel

História da música Gospel

A palavra “Gospel” é uma aglutinação da expressão “God Spell”, que traduzindo ao pé da letra seria “Deus soletra”, mas que associando ao contexto, significa “Boas Novas”, fazendo uma referência direta à função do Evangelho bíblico, que trata da vinda do Messias (Cristo) ao mundo.

Esse tipo de música teve sua origem na música cristã dos negros americanos, o “Negro Spirituals”, no início do século XX. Tratava-se de uma música harmoniosa diversificada em várias vozes (coral), um solista, piano, órgão, guitarra, bateria, baixo, formando um pequeno conjunto musical. Pretendiam, desta forma, manter uma união perfeita entre os fiéis e Deus, união essa considerada desgastada devido os louvores serem entoados através dos hinos tradicionais. Com sua popularidade, a Música Gospel ultrapassou os limites da igreja Afro-americana e alçou vôos, movimentando um mercado de milhões de dólares.

Inicialmente, esse estilo musical era formado por, de um coral. Com o tempo, a Música Gospel foi sofrendo transformações, mas algumas comunidades cristãs ainda preferem manter sua forma original. Os quartetos Gospel, por exemplo, evoluíram de tal maneira que adotaram uma “música gritante”, danças exageradas e “roupas extravagantes”. Foi nessa evolução que se inspirou o rock dos anos 50, com grandes nomes como Bill Halley, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis.

Um grande divulgador deste gênero foi Elvis Presley, inclusive chegou a ganhar o GRAMMYs três vezes. Ele amava esse tipo de música, assim como o rock" n" roll, o blues e o country. Dentre suas produções, destacam-se quatro álbuns gospel:”Peace in The Valley” (1957), “His Hand in Mine” (1960), “How great Thou Art” (1967) e “He Touched Me” (1972). Ele é considerado por muitos como um dos maiores representantes da Música Gospel Estadunidense.

Dentre tantos grandes nomes desse estilo, Thomas A. Dorsey, falecido em 1993 aos 96 anos de idade, destaca-se nesse cenário como o Pai da Música Gospel. Foi ele quem “brigou”, juntamente com as cantoras Sallie Martin (falecida aos 92 anos - 1988) e Willie Mae Ford Smith (falecida aos 90 anos - 1994), para a consolidação do estilo Gospel nas igrejas. Ele teve a oportunidade de presenciar suas músicas sendo cantadas nas mesmas igrejas onde foram, um dia, rejeitadas.

Após essa abertura, outros nomes se destacaram, como Mahalia Jackson, que protagonizou o funeral de Martin Luther King com a música de Dorsey, “Take My Hand, Precious Lord” (Segure minha mão, Precioso Pai); Clara Ward, Edwin Hawkings Singers, cantor do tão famoso e conhecido “Happy Day”, e James Cleveland, reconhecido por muitos como o “Rei do Gospel, não por ter uma voz melodiosa, mas por seu carisma e grande audiência. Ele foi o responsável por fundar a maior convenção Gospel do Mundo, a Gospel Music Workshop of America, que possui mais de 185 representações nos Estados Unidos.

No Brasil, a Música Gospel chegou através de missionários batistas e presbiterianos americanos. Algumas igrejas aqui adotaram o estilo tradicional deste gênero e traduziram os hinários para a língua portuguesa, como o Cantor Cristão e a Harpa Cristã. Contudo, o estilo só veio se concretizar mesmo na década de 80, mas com um sentido bem diferente do tradicional. Música Gospel aqui passou a designar “rock Cristão”, “rock para crente”, algo desse gênero.

Destacamos aqui alguns artistas da Música Gospel Brasileira: Aline Barros, Cícero Nogueira, Oficina G3, Cassiane, Raiz Coral, Arautos do Rei, Ludmila Ferber, Cristina Mel, Renascer Praise, Fernanda Brum, dentre outros.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Música popular

Música Popular.

Dizer que a música popular feita no Brasil é caracterizada por sua riqueza é repetitivo, mas é essencial para defini-la.

Sua história começa com os índios e com a música feita pelos jesuítas que aqui aportaram. Esse encontro entre a música dos jesuítas e a música dos indígenas é a pré-história da música popular do Brasil. A evolução desses ritmos primitivos, como o cateretê ou o cantochão, são ainda hoje tocados em festas populares.

A música popular do Brasil só se tornaria mais forte no final do século 17, com o lundu, dança africana de meneios e sapateados, e a modinha, canção de origem portuguesa de cunho amoroso e sentimental. Esses dois padrões, a influência africana e a européia, alternaram-se e combinaram-se das mais variadas e inusitadas formas durante o percurso que desembocou, junto a outras influências posteriores, na música popular dos dias de hoje, que desafia a colocação de rótulos ou classificações abrangentes.

Durante o período colonial e o Primeiro Império, além dos já citados lundu e modinha, também as valsas, polcas e tangos de diversas origens estrangeiras encontraram no Brasil uma nova forma de expressão.

Já no século 19 surgem os conjuntos de chorões, que adaptam formas musicais européias -como a mazurca, a polca e o scottisch- ao gosto brasileiro e à forma brasileira de se tocar essas construções. Surge então, a partir da brasileirização dessas formas, o choro, e firmam-se novas danças, como o maxixe.

Outras duas coisas que ajudaram decisivamente o aparecimento da canção popular no Brasil foram o carnaval carioca e o gramofone. Pixinguinha, João da Baiana, Donga -autor de Pelo Telefone, primeiro samba gravado, em 1917-, foram grandes nomes nesse período, junto com os continuadores dos chorões.

O samba urbano só se firmaria na década de 30, época em que surge a primeira escola de samba, a Deixa Falar, fundada em 1929. Depois, com a popularização do rádio e do disco a música popular se consolidaria e chegaria ao mundo de opções musicais que hoje o Brasil possui.

História da música

A música do Brasil formou-se, principalmente, a partir da fusão de elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses e pelos escravos.

Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das influências que construíram a música brasileira, erudita e popular, introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem portuguesa, mas genericamente europeia. A maior contribuição do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura colonizadora.

Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros países se tornariam importantes, como foi o caso da voga operística italiana e francesa e das danças como a zarzuela, o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norte-americano no século XX, que encontraram todos um fértil terreno no Brasil para enraizamento e transformação.

Com o importante influxo de elementos melódicos e rítmicos africanos, a partir de fins do século XVIII, a música popular começa a adquirir uma sonoridade caracteristicamente brasileira. Na música erudita, contudo, aquela diversidade de elementos só apareceria bem mais tarde. Assim, naquele momento, tratava-se de seguir - dentro das possibilidades técnicas locais, bastante modestas em relação aos grandes centros europeus ou mesmo em comparação com o México e o Peru - o que acontecia na Europa e, em grau menor, na América espanhola. Uma produção de caráter especificamente brasileiro na música erudita só aconteceria após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em meados do século XX.

Os primeiros professores de música no Brasil foram os padres Jesuítas, responsáveis pela catequese dos indígenas, a partir de 1549. No sul do Brasil, os Jesuítas construíram as Missões, que era um projeto que além de levar cultura aos índios guaranis, também os ensinavam a religião católica, agricultura, e música vocal e instrumental, criando após dez anos, orquestras inteiras só de guaranis.

Um filme que retrata muito bem a catequese feita na America do Sul pelos padres Jesuítas é o Filme “THE MISSION” (gravado em 1986), do Diretor Roland Joffé, com o ator Robert de Niro no papel principal.

O mais famoso padre jesuíta das Missões foi o padre José de Anchieta (1534-1597), criador de muitas peças de teatro didáticas, que tinham a função de ensinar a religião de uma forma criativa e espetacular aos índios.

Os padrões de interpretação e estilo, obviamente eram todos da cultura europeia, e o objetivo era acima de tudo catequético, com escassa ou nula contribuição criativa original da parte dos índios.

Com o passar dos anos, os índios remanescentes dos massacres e epidemias aos quais sofreram durante todo esse período, foram se retirando para regiões mais remotas do Brasil, fugindo do contato com o homem branco, e sua participação na vida musical nacional foi decrescendo, até quase desaparecer por completo.

Os indígenas não deixaram seus traços na construção da musica brasileira, apenas em alguns gêneros folclóricos, mas de forma bem passiva, perante a imposição da cultura colonizadora.

Até o 19 Portugal foi a maior das influências na construção da música brasileira, erudita e popular, porque introduziu a musica instrumental, harmônica, a literatura musical e boa parte das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos elementos fossem de origem europeia e não portuguesa.

Até o início do século 18 a maior parte da música erudita era praticada apenas na Bahia e Pernambuco (estados localizados no norte do Brasil), mas no final do século 18, essa grande fusão de diversos elementos melódicos e ritmos africanos começaram a dar a musica popular, uma sonoridade tipicamente brasileira, que se espalhou por todo o país e formou os primeiros nomes da musica brasileira.

Classicismo

O Classicismo chegou ao Brasil em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, causando grande transformação na musica brasileira. Dom João Sexto trouxe consigo a biblioteca musical dos Bragança – uma das melhores da Europa naquela época –, e rapidamente mandou trazer músicos de Lisboa e da Itália, reorganizando a Capela Real, muito prestigiada pela qualidade das músicas apresentadas.

Nesta época surgiu o primeiro grande compositor brasileiro, o padre Jose Mauricio Nunes Garcia, e também Gabriel Fernandes da Trindade, compositor de modinhas e das únicas peças de Orquestra de Câmara, e João de Deus de Castro Lobo.

Romantismo

A figura central neste difícil período foi Francisco Manuel da Silva, discípulo do Padre José Maurício e sucessor de seu mestre na Capela. Era um compositor de escassos recursos, mas que merece crédito por ter fundado o Conservatório de Música do Rio de Janeiro, ter sido o regente do Teatro Lírico Fluminense, e também na Ópera Nacional, e o autor do Hino Nacional Brasileiro. Sua obra refletiu a transição do gosto musical para o Romantismo, quando o interesse dos compositores nacionais se voltou para a ópera, que estava no seu auge, no Brasil.
A maior figura dessa época foi Antônio Carlos Gomes, que compôs óperas com temas nacionalistas, mas com estética europeia, tais como “O Guarani” e “O Escravo”, que conquistaram sucesso em teatros europeus exigentes, como o La Scala em Milão.

Nacionalismo

Brasilio Itiberê da Cunha, Luciano Gallet, e Alexandre Levy foram precursores dessa corrente, Antonio Francisco Braga e Alberto Nepomuceno introduziram um sabor brasileiro na musica nacional e empregaram largamente ritmos e melodias folclóricas em uma síntese inovadora e efetiva com as estruturas formais de matriz europeia.

Mas Heitor Villa Lobos foi a maior figura do nacionalismo musical brasileiro, por ele ter incorporado o folclore brasileiro em sua produção; dono de uma inspiração enérgica e apaixonada, ele fez dos elementos nacionais e estrangeiros, eruditos e populares, um estilo próprio de grande força e poder evocativo, em uma produção que empregava desde instrumentos solo, onde o violão tinha destaque, até grandes recursos orquestrais em seus poemas sinfônicos, concertos, sinfonias, bailados, e óperas, passando pelos múltiplos gêneros da música de câmara, vocal e instrumental.

Ele também desempenhou um papel decisivo na vida musical do país em virtude de sua associação com o governo central, conseguindo introduzir o ensino do canto orfeônico em todas as escolas de nível médio.

Das suas obras podemos citar os Choros, as Bachianas Brasileiras, as suítes intituladas A Prole do Bebê, o Rudepoema, os bailados Uirapuru e Amazonas, e o Noneto.

Vanguardas e sínteses posteriores contemporâneas

A partir de 1939, surgiram outras sínteses musicais, que respeitava a individualidade do aluno, estimulando a livre criação antes mesmo do conhecimento aprofundado das regras tradicionais de composição (harmonia, contraponto e fuga), e uma série de programas radiofônicos divulgando seus princípios e obras de música contemporânea.

Em seguida surgiu um caminho independente e centrado em regionalismos, influenciando a música popular brasileira instrumental. Atualmente todas as correntes contemporâneas encontram representantes brasileiros, e a música erudita no país segue a tendência mundial de usar livremente tanto elementos experimentais quanto consagrados.

A música erudita ainda recebe escasso apoio oficial, a despeito do crescente número de escolas e de novos músicos formados, e do público apreciador. Diversas capitais estaduais e outras tantas cidades do interior dispõem de pelo menos uma orquestra sinfonica estável e uma escola superior de música, mas grupos de nível realmente internacional ainda são poucos, além de poucas outras mantidas por grandes empresas, como a Orquestra Sinfonica da Petrobras.

Grupos de câmara são mais numerosos e qualificados, e há milhares de intérpretes solo com carreira consolidada fora do país, alem de maestros e instrumentistas que são respeitados internacionalmente, e também das regulares temporadas de opera em São Paulo, Rio de Janeiro e eventos de referencia nacional.

Música Popular

Os escravos negros tiveram o mesmo caso de dominação cultural que os índios, e sua cultura foram muito importantes para a formação da música brasileira atual, especialmente a musica popular. A vinda de grandes contingentes de escravos da África para o Brasil a partir do século 16 não foi o suficiente, no inicio, para que a cultura oficial os considerasse importantes.

Eles eram considerados como raça inferior e desprezível demais para ser levada a sério, mas seu destino foi diferente do destino dos índios, sua musicalidade logo foi notada pelo colonizador, e por eles serem uma etnia mais integrável à cultura dominante, do que os arredios índios, grande número de negros e mulatos (termo usado aos mestiços de africanos e brancos) passaram a ser educados musicalmente - dentro dos padrões portugueses, naturalmente – formando orquestras e bandas que eram muito louvadas pela qualidade de seu desempenho.

A partir do século 17, eles começaram a formar irmandades de músicos, algumas integradas somente por negros e mulatos, irmandades que passaram a monopolizar a escrita e execução da música em boa parte do Brasil.

A maior influência africana na construção da musica brasileira, veio da diversidade de ritmos, danças e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, a partir do século 20.

Origens

Os primeiros exemplos de música popular no Brasil datam do século 17, como o lundu, uma dança africana que chegou ao Brasil, via Portugal, diretamente com os escravos vindos de Angola. De natureza sensual e humorística, foi censurada na metrópole, mas no Brasil recuperou este caráter, apesar de ter incorporado algum polimento formal e instrumentos como o bandolim. Mais tarde o lundu, que no início não era cantado, evoluiu assumindo um caráter de canção urbana e se tornando popular como dança de salão. Outra dança muito antiga é o cateretê, de origem indígena e influenciada mais tarde pelos escravos africanos.

A Modinha

Entre os séculos 18 e 19 a modinha assumiu um lugar de destaque, de origem portuguesa, e a partir de elementos da ópera italiana, a modinha é uma canção de caráter sentimental de feição bastante simplificada, muitas vezes de estrutura estrófica e acompanhada apenas de uma viola ou guitarra, e sendo de apelo direto às pessoas comuns. Era muito usada nos saraus dos aristocratas, e podia ser mais elaborada e ser acompanhada por flautas e outros instrumentos, e ter textos de poetas importantes.

O Choro

Durante o período colonial e o Primeiro Império, as valsas, polcas,schotischs e tangos de diversas origens estrangeiras encontraram no Brasil uma forma de expressão peculiar e que, junto com a herança da modinha, viriam a ser a origem do Choro, um gênero que recebeu este nome em virtude de seu caráter plangente. Surgiu em torno em 1880 e logo adquiriu uma feição própria, onde o improviso tinha um papel principal, e estabilizando-se na formação para uma flauta, um cavaquinho e um violão, e mais tarde ampliando seu instrumental. Seus maiores representantes foram Joaquim Antonio da Silva Calado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.

O Samba

Derivado da umbigada, um ritmo africano, o samba surgiu em 1838, com influência da modinha, do maxixe e do lundu, a palavra designava uma variedade de danças de origem negra.

Em meados do século 20, a palavra samba definia diferentes tipos de música introduzidos pelos escravos africanos, e sempre conduzidos por diversos tipos de batuques, mas que assumiam características próprias em cada estado brasileiro, não só pela diversidade das tribos de escravos, como pela peculiaridade de cada região em que foram assentados, mas em geral era um tipo de música identificada para as pessoas mais humildes.

Em 1917, o samba saiu das rodas de improvisações dos morros cariocas, e foi considerada representante da música popular brasileira.

Existem diversas formas regionais de samba em outras partes do país, mas o samba moderno urbano, é cantados ao som de palmas e ritmo batucado, com uma, ou mais partes de versos declamatório e tocado com instrumentos de corda, como cavaquinho, violão, e vários instrumentos de percussão, como pandeiro, surdo e tamborim.

Com o passar dos anos, surgiram outras vertentes do samba urbano carioca, que ganharam denominações próprias como o samba de breque, samba-canção, bossa nova, samba-rock, pagode, entre outras.

Além de ser um dos gêneros musicais mais populares do Brasil, o samba é bastante conhecido no exterior, sendo considerado como um símbolo brasileiro, ao lado do futebol e do carnaval.

Esta história começou com o sucesso internacional da musica “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, depois se estendeu através de Carmen Miranda, que levou o samba para os EUA, e consagrou também a Bossa Nova, que inseriu definitivamente o Brasil no cenário mundial da música. Independente do idioma, o samba é sucesso em todo o mundo e conquista muitos fãs onde quer que ele seja apresentado.

No fim dos anos 30 iniciou no Brasil a chamada Era do Rádio, que foi o meio de comunicação que assumiu um importante papel de divulgador da música popular até a década de 1950, e onde alguns intérpretes conquistaram uma grande audiência nacional. Nesta época, podemos destacar Dolores Duran, Nora Ney, Vicente Celestino e Angela Maria.

Mudanças na Musica Brasileira com o passar do tempo

A Bossa Nova foi um movimento urbano, originado no fim dos anos 50 em saraus de universitários e músicos da classe média.

No início era apenas uma forma diferente de cantar o samba, mas logo incorporou elementos do Jazz e do Impressionismo musical de Debussy e Ravel, e desenvolveu um contorno intimista, leve e coloquial, com base na voz solo e no piano, ou violão, para acompanhamento, e com refinamentos de harmonia e ritmo.

Os maiores nomes dessa época são Nara Leão, Carlos Lyra, Joao Gilberto, Toquinho, Vinicius de Morais, Tom Jobim e Maysa Matarazzo.

Depois da bossa nova, na década de 60, o samba ganhou novas experimentações com outros gêneros, como o rock e o funk, e experimentados por vários artistas, o período marcou uma afirmação e modernização dentro da música popular, onde foram introduzidos novos estilos de composição e interpretação, com os surgimentos da Musica Popular Brasileira, e movimentos como o Tropicalismo e o Iê Iê Iê.

Dessa época diversos artistas surgiram como Chico Buarque, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Edu Lobo, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Tim Maia, Wanderléia, e outros.

Na década de 70 a transição sofreu mais modificações e a nova safra de músicos, que faziam musicas românticas, melódicas, foram classificados como bregas e milhares de artistas também surgiram nessa época, e outros artistas mais fiéis as tradições trataram de sustentar o estilo do samba original para não deixa-lo morrer.

Nos ano 80, surge o rock com uma safra infindável de estilos e músicos que marcaram a historia da musica brasileira, dentre eles podemos citar as bandas: Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Ultraje a Rigor, e Legiao Urbana, que ainda fazem muito sucesso, e tem milhares de fãs de várias idades em todo o país.

Depois do samba, e com a crescente abertura do Brasil à cultura globalizada dos anos 90, diversos gêneros e subgêneros musicais surgiram em todo o Brasil, como pagode, axé, sertanejo, forró, lambada, e outros. E constantemente ainda continuam a surgir novos ritmos e estilos, com novas denominações, em varias regiões do Brasil.

Como uma categoria à parte da música clássica e da Musica Popular Brasileira, encontramos a música tradicional ou folclórica, um gênero constituído por expressões musicais imutáveis, transmitidas de geração em geração, em todas as regiões do país, onde os modernos meios de comunicação e o mercado de consumo não exercem influência diluidora.

Estas expressões se encontram na maior parte ligadas a festividades, lendas e mitos característicos de cada região, e preservam influências arcaicas, onde são detectáveis traços medievais europeus, indígenas e dos escravos negros, muito antigos, ou de elementos étnicos que pertencem a regiões de imigração de populações de fora do Brasil, como ocorre no estado do Rio Grande do Sul, que recebeu grandes levas de italianos, açorianos e alemães.

Dentro da classe de músicas tradicionais podem ser incluídas as praticadas pelos remanescentes das tribos de índios que no passado povoavam todo o território nacional e hoje vivem confinados em reservas, especialmente na região amazônica e do centro-oeste, onde o contato com o colonizador foi menos profundo e transformador.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Dia nacional do rádio

O dia 25 de setembro foi escolhido em homenagem ao fundador do rádio no país: Edgar Roquette Pinto, que nasceu no Rio de Janeiro nessa mesma data, em 1884, e morreu em 18 de outubro de 1954. A Conexão MiniCom preparou um post especial para contar um pouco sobre a história do rádio, um veículo de comunicação que ainda tem grande importância para várias regiões no país.

O ano de comemoração do primeiro centenário da Independência do Brasil marcou a chegada oficial do rádio ao país e, em 7 de setembro de 1922, na então capital federal Rio de Janeiro, durante a Exposição do Centenário da Independência, aconteceu a primeira transmissão radiofônica no país.

Empresários norte-americanos que trouxeram a tecnologia da radiodifusão para demonstração fizeram testes de transmissão e instalaram uma estação e uma antena no topo do morro do Corcovado. Na ocasião, os primeiros ouvintes tiveram a chance de acompanhar, além do pronunciamento do então presidente Epitácio Pessoa, a ópera "O Guarani", de Carlos Gomes – que foi transmitida no Teatro Municipal.

A primeira rádio brasileira
"Eis uma máquina importante para educar nosso povo", saudou Edgar Roquette Pinto (1884/1954), médico, escritor, legista, considerado o "pai da radiodifusão no Brasil", durante a transmissão no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Ele tentou convencer o governo brasileiro a adquirir os equipamentos apresentados no evento, mas não conseguiu. Já a Academia Brasileira de Ciências atendeu aos seus apelos e comprou a aparelhagem. Assim, ainda nesse mesmo ano, foi criada a pioneira Rádio Sociedade do Rio de Janeiro – que mais tarde se tornaria Rádio MEC, ainda hoje no ar. A inauguração ocorreu em abril de 1923. Na programação, óperas, concertos, recitais de poesia e palestras culturais. Naquela época, o rádio brasileiro ainda estava distante de ser um meio popular. Financiada por doações de ouvintes, é reconhecida como a primeira emissora de rádio brasileira. Mas, em 1919, a pioneira emissão radiofônica teve lugar no Recife, por meio das ondas da Rádio Clube de Pernambuco - inaugurada em fevereiro de 1923.

Padre Landell, o inventor do rádio

Mas muito antes, em 1899, um padre gaúcho, Roberto Landell de Moura, transmitiu a voz humana por meio de ondas eletromagnéticas ou de um feixe luminoso. Ao usar a luz para transmitir dados, o padre – aliás, tido como um dos inventores do rádio - colocou em prática o princípio básico do laser e das fibras ópticas, tecnologias que só foram desenvolvidas a partir de 1980.
150 anos de nascimento do padre Roberto Landell de Moura, um dos inventores do rádio


Era de Ouro

Em 1927, o som dos discos passa a ser conectado a uma mesa de controle e deixa de ser captado diretamente pelo microfone. A partir da década seguinte, o rádio se torna um grande veículo de massa. César Ladeira, inicialmente na Rádio Record (São Paulo), e mais tarde na Mayrink Veiga (Rio), foi quem profissionalizou o rádio brasileiro, criando elencos exclusivos e remunerados – abrindo as portas para os célebres programas de auditório, radionovelas e humorísticos.

Outro dado importante para a popularização do meio foi o decreto do governo de Getúlio Vargas que possibilitou, em 1932, a introdução de propagandas, então chamadas de reclames. Além disso, houve um boom de investimentos estrangeiros, que abriu caminho para o surgimento da indústria fonográfica. Assim, tinha início a era da distribuição de concessões de emissoras. E já nesta época o rádio passou a se firmar como veículo de propaganda politica. Os pronunciamentos de Vargas eram campeões de audiência.

O imenso sucesso do rádio levou o governo a criar o Departamento Oficial de Propaganda (DOP), mais tarde transformado no Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que fiscalizava as emissoras e tinha o poder de censurar.

Roquette-Pinto pai da Radio Difusão

Edgar Roquette-Pinto, pai da radiodifusão no Brasil.
Edgard Roquette-Pinto, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 25 de setembro de 1884, filho de Manuel Menelio Pinto e de Josefina Roquette Carneiro de Mendonça. Foi criado pelo avô João Roquette Carneiro de Mendonça. Fez o curso de humanidades no Externato Aquino. Ingressou, em seguida, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Colou grau em 1905. Logo depois de formado iniciou uma série de estudos sobre os Sambaquis das costas do Rio Grande do Sul.

Professor assistente de Antropologia no Museu Nacional em 1906, tornou-se em pouco tempo conhecido como um dos mais sérios antropólogos que o país conhecera. Delegado do Brasil no Congresso de Raças, realizado em Londres, em 1911, resolveu passar mais algum tempo na Europa, a fim de dar prosseguimento aos estudos, com os professores Richet, Brumpt, Tuffier, Verneau, Perrier e Luschan.



Entre julho e novembro de 1912, Edgard Roquette-Pinto, conhecido como pai do rádio no Brasil, acompanhava o sertanista e militar Cândido Rondon em expedição pela Serra do Norte. Ao longo da viagem, o interesse de Roquette pela diversificada constituição do povo de seu país transformou-o em sociólogo, geógrafo, arqueólogo, fotógrafo e folclorista, apesar de seu diploma ter sido emitido pela faculdade de medicina. Na volta, trouxe vasto material etnográfico e, como resultado dessa viagem, publicou em 1917 o livro Rondônia - Antropologia etnográfica, considerado um clássico da antropologia brasileira.

Professor de História Natural na escola normal do Distrito Federal (1916) e professor de Fisiologia na Universidade Nacional do Paraguai (1920). Roquette Pinto foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de Medicina, da Associação Brasileira de Antropologia (da qual foi presidente de honra) e de inúmeras outras associações culturais, nacionais e estrangeiras. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro.

No ano que comemorou o I Centenário da Independência do Brasil, ocorreu no Rio de Janeiro, por ser, na época, a capital federal, uma grande feira internacional, que recebeu visitas de empresários americanos trazendo a tecnologia de radiodifusão para demonstrar na feira, que nesta época era o assunto principal nos Estados Unidos. Para testar o novo meio de comunicação, os americanos instalaram uma antena no pico do morro do Corcovado (onde atualmente é o Cristo Redentor). A primeira transmissão radiofônica no Brasil foi um discurso do presidente Epitácio Pessoa, que foi captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores. A reação de Roquette-Pinto a essa tecnologia foi: "Eis uma máquina importante para educar nosso povo".

Depois da primeira transmissão no Brasil, em 1922[2], Roquette Pinto tentou convencer o Governo Federal a comprar os equipamentos apresentados na Feira Internacional. Para o bem da comunicação do Brasil, Roquette-Pinto não desistiu, e conseguiu convencer a Academia Brasileira de Ciências a comprar os equipamentos. Fundou, em 1923, na Academia Brasileira de Ciências, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (atual Rádio MEC), que tinha fins exclusivamente educacionais e culturais. A primeira transmissão aconteceu às 20h30 do dia 1º de maio. O evento aconteceu no interior de uma sala de física da Escola Politécnica, com o equipamento de radiotelegrafia que a Western Eletric trouxera dos Estados Unidos para a Exposição Comemorativa do 1º Centenário da Independência. Os poucos ouvintes da Estação da Praia Vermelha puderam ouvir, anunciado por Caubi Araújo, o discurso de inauguração da Rádio Sociedade, realizado por seu idealizador Edgar Roquette Pinto. Estava dado o passo inicial para divulgação da arte, cultura e educação através das ondas curtas de rádio.

Em 1936, os aparelhos de rádio já podiam ser comprados em lojas do ramo. Nesse mesmo ano, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro foi doada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), que tinha como titular Gustavo Capanema, que comunicou a Roquette-Pinto que a rádio seria incoporada ao tão temido Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão responsável pela censura durante a era de Getúlio Vargas.

Roquette-Pinto ficou indignado com a proposta de incorporação ao DIP e exigiu a autonomia da rádio, para preservar a função educativa que ela tinha. Roquette Pinto ganhou a disputa, e a rádio MEC mantém até o hoje o mesmo ideário. Consta que, ao se despedir do comando da emissora que fundara, sussurrou chorando ao ouvido da filha Beatriz: "Entrego esta rádio com a mesma emoção com que se casa uma filha". Fundou o Instituto Nacional do Cinema Educativo, em 1937, que dirigiu até 1947, época em que orientou a parte histórica do filme Descobrimento do Brasil.

Esteve em vários congressos nacionais e internacionais sobre temas de sua especialidade. Em 1940 foi eleito diretor do Instituto Indigenista Americano do México. No mesmo ano esteve no México e nos Estados Unidos. Roquette-Pinto era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de Medicina e de inúmeras outras associações culturais, nacionais e estrangeiras.
Obras: O exercício da medicina entre os indígenas da América (1906) Excursão à região das Lagoas do Rio Grande do Sul (1912) Guia de antropologia (1915) Rondônia (1916) Elementos de mineralogia (1918) Conceito atual da vida (1920) Seixos rolados Estudos brasileiros (1927) Glória sem rumor (1928) Ensaios de antropologia brasiliana (1933) Samambaia, contos (1934) Ensaios brasilianos (1941) além de grande número de trabalhos científicos, artigos e conferências, publicados de 1908 a 1926, em diferentes revistas e jornais.

Notas: O nome do escritor, segundo as normas ortográficas vigentes, deve ser grafado Edgar Roquete-Pinto A bem da verdade, a primeira emissão radiofônica do Brasil ocorreu no Recife, com a Rádio Clube de Pernambuco, em 6 de abril de 1919, noticiada um dia depois no Jornal do Recife, periódico já extinto. (Ver Mais velha que o rádio ). Apesar de ter sido considerada a primeira rádio do Brasil, ela foi criada 4 anos depois da Rádio Clube de Pernambuco, que, embora tenha sido noticiada e conhecida sua criação e radiodifusão, não tinha apoio oficial.