quarta-feira, 5 de março de 2014

Dia nacional do rádio

O dia 25 de setembro foi escolhido em homenagem ao fundador do rádio no país: Edgar Roquette Pinto, que nasceu no Rio de Janeiro nessa mesma data, em 1884, e morreu em 18 de outubro de 1954. A Conexão MiniCom preparou um post especial para contar um pouco sobre a história do rádio, um veículo de comunicação que ainda tem grande importância para várias regiões no país.

O ano de comemoração do primeiro centenário da Independência do Brasil marcou a chegada oficial do rádio ao país e, em 7 de setembro de 1922, na então capital federal Rio de Janeiro, durante a Exposição do Centenário da Independência, aconteceu a primeira transmissão radiofônica no país.

Empresários norte-americanos que trouxeram a tecnologia da radiodifusão para demonstração fizeram testes de transmissão e instalaram uma estação e uma antena no topo do morro do Corcovado. Na ocasião, os primeiros ouvintes tiveram a chance de acompanhar, além do pronunciamento do então presidente Epitácio Pessoa, a ópera "O Guarani", de Carlos Gomes – que foi transmitida no Teatro Municipal.

A primeira rádio brasileira
"Eis uma máquina importante para educar nosso povo", saudou Edgar Roquette Pinto (1884/1954), médico, escritor, legista, considerado o "pai da radiodifusão no Brasil", durante a transmissão no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Ele tentou convencer o governo brasileiro a adquirir os equipamentos apresentados no evento, mas não conseguiu. Já a Academia Brasileira de Ciências atendeu aos seus apelos e comprou a aparelhagem. Assim, ainda nesse mesmo ano, foi criada a pioneira Rádio Sociedade do Rio de Janeiro – que mais tarde se tornaria Rádio MEC, ainda hoje no ar. A inauguração ocorreu em abril de 1923. Na programação, óperas, concertos, recitais de poesia e palestras culturais. Naquela época, o rádio brasileiro ainda estava distante de ser um meio popular. Financiada por doações de ouvintes, é reconhecida como a primeira emissora de rádio brasileira. Mas, em 1919, a pioneira emissão radiofônica teve lugar no Recife, por meio das ondas da Rádio Clube de Pernambuco - inaugurada em fevereiro de 1923.

Padre Landell, o inventor do rádio

Mas muito antes, em 1899, um padre gaúcho, Roberto Landell de Moura, transmitiu a voz humana por meio de ondas eletromagnéticas ou de um feixe luminoso. Ao usar a luz para transmitir dados, o padre – aliás, tido como um dos inventores do rádio - colocou em prática o princípio básico do laser e das fibras ópticas, tecnologias que só foram desenvolvidas a partir de 1980.
150 anos de nascimento do padre Roberto Landell de Moura, um dos inventores do rádio


Era de Ouro

Em 1927, o som dos discos passa a ser conectado a uma mesa de controle e deixa de ser captado diretamente pelo microfone. A partir da década seguinte, o rádio se torna um grande veículo de massa. César Ladeira, inicialmente na Rádio Record (São Paulo), e mais tarde na Mayrink Veiga (Rio), foi quem profissionalizou o rádio brasileiro, criando elencos exclusivos e remunerados – abrindo as portas para os célebres programas de auditório, radionovelas e humorísticos.

Outro dado importante para a popularização do meio foi o decreto do governo de Getúlio Vargas que possibilitou, em 1932, a introdução de propagandas, então chamadas de reclames. Além disso, houve um boom de investimentos estrangeiros, que abriu caminho para o surgimento da indústria fonográfica. Assim, tinha início a era da distribuição de concessões de emissoras. E já nesta época o rádio passou a se firmar como veículo de propaganda politica. Os pronunciamentos de Vargas eram campeões de audiência.

O imenso sucesso do rádio levou o governo a criar o Departamento Oficial de Propaganda (DOP), mais tarde transformado no Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que fiscalizava as emissoras e tinha o poder de censurar.

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